sábado, 22 de julho de 2017

O Cavalo Branco do Apocalipse

Autor: Ronaldo A. Silva
                                
Desde a minha mocidade eu estudo a Bíblia Sagrada. Aprendi desde cedo que a Palavra de Deus não é de particular interpretação. Por isso sempre tive muito cuidado quando nos meus estudos eu encontrava elementos novos e esclarecedores sobre certas passagens bíblicas, cuja interpretação já era largamente aceita. Eu sabia que por mais reveladora que fosse minha descoberta ela teria obrigatoriamente que ser defendida ou pelo menos aceita por um determinado número de intérpretes da Bíblia. Mas aprendi também, que certas interpretações são acolhidas pelo público sem nenhum critério. Na verdade muitas heresias permanecem inalteradas até hoje pelo simples fato de sua interpretação agradar aqueles que a recebem como verdadeiras. Pode ser também que isso aconteça por que a maioria das pessoas não quer se dar o trabalho de examinar as Escrituras para tirar suas próprias conclusões, ainda que seja apenas por pura curiosidade.

Mas houve momentos que me senti muito indignado com certos comentaristas que, mesmo diante de passagens de difícil interpretação, insistiam em fazer suas afirmações como sendo absolutamente certas, sem nenhuma possibilidade de haver uma interpretação diferente. Isso é muitas vezes produto da soberba que acaba os deixando cegos para detalhes muito simples. Alguns violam os mesmos princípios de interpretação que defendem, apenas para mostrarem “que sabem o que estão dizendo”.
Hoje, por exemplo, grandes Bíblias de Estudo, comentadas por homens conhecidos no mundo todo, contém em seus comentários interpretações absurdas, que só podem ser aceitas por pessoas muito ignorantes quanto ao conhecimento bíblico.

Tomemos por exemplo, a interpretação que se dá aos famosos quatro cavaleiros do Apocalipse.

Não há dúvidas quanto aos três últimos cavaleiros, cuja descrição é feita com raríssimos detalhes. Os escritores bíblicos parecem não estar muito preocupados em fornecer detalhes nos seus escritos. Isso é notório principalmente nas profecias. Os ensinos de Jesus feitos extensamente em parábolas é outra prova disso. Eles relatam as coisas mais relevantes deixando os detalhes para aqueles que se interessarem de fato pelo assunto. E isso é o que um bom estudante da Bíblia deve fazer.

Pois bem. O cavalo vermelho e o seu cavaleiro representam a guerra. O cavalo preto e o seu cavaleiro representam a fome e a escassez de alimento. O cavalo amarelo representa a morte. E atrás de todos eles vai o inferno, recolhendo aqueles que vão sendo mortos pela guerra, pela fome e pelas doenças, pragas, etc.

Perceba que, guerra, fome, peste, e até o inferno, são “coisas” personificadas. Não são pessoas. E por que cargas d`água, a maiorias dos comentaristas adotam a interpretação de que o cavalo branco com o seu cavaleiro representam “o anticristo”? Ora, o anticristo segundo a Bíblia é uma pessoa, um homem e não uma “coisa” um “evento”! Só este fato seria o suficiente para desmontar esta débil afirmação.

Esta afirmação se torna ainda mais grave por tornar os elementos reconhecidamente “bons” em elementos “maus”. O branco, definitivamente, é representado na Bíblia, em toda e qualquer parte, como símbolo de santidade, paz e pureza. Descrever o branco desta passagem como “falsa paz” é simplesmente ridículo! A não ser que fosse um “branco encardido”. Não existe “falsa paz”. Ou existe paz ou existe guerra. A paz é paz, ainda que frágil ou passageira mais ainda assim é paz. Julgar a cor branca deste cavalo como algo mau, seria o mesmo que transformar o fermento mau, numa coisa boa! Um absurdo! Uma vez que o fermento na Bíblia simboliza corrupção em qualquer lugar onde seja mencionado. E isso faz parte das regras de interpretação.

Outra coisa extremamente grave é atribuir ao anticristo a frase: “saiu vitorioso e para vencer”! Ora, como a Bíblia afirmaria uma coisa dessas? Como poderia o anticristo sair desde o inicio da sua cavalgada “vitorioso” e destinado a ser vencedor? Como é possível afirmar uma tolice dessas? 

Se considerarmos que antes disso, João chorava diante do séquito celestial, repleto de anjos, serafins e querubins, por não haver nem no céu, nem na terra, nem em lugar nenhum, ninguém que fosse digno de abrir o livro e desatar os seus selos, veremos por que somente Cristo poderia ter aberto aquele livro!  

E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de David, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. Apocalipse 5.5.

A razão era muito simples: é que somente ele era o VENCEDOR. Vencedor por antecipação. No Céu estava o Cordeiro de Deus, que venceu a morte, venceu o inferno, venceu o pecado, e agora se achava na condição de ser COROADO. Porém, como a batalha ainda não havia terminado para o seu povo e sua Igreja, ele ainda sairia à guerra, não por si mesmo, mas pela sua Igreja e pela completa aniquilação dos seus inimigos. E por isso saiu vencendo, destinado a vencer, por que é um VENCEDOR!

E, HAVENDO o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê. 


E olhei, e eis um cavalo branco e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer. (Apocalipse 6.1,2.)



No Capítulo 19 do mesmo livro, é feita uma descrição mais detalhada deste cavaleiro Celestial em seu cavalo branco. 

E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. 
E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. 
E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. 

E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestes de linho fino, branco e puro. (Apocalipse 19.11-14).

Ele se chama Fiel e Verdadeiro. Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. E o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. Portanto, Jesus Cristo é o Verbo de Deus. Ele é de fato a “personificação” da Palavra de Deus. E nesta condição Ele é apresentado saindo à frente dos demais cavaleiros.

Imagine agora, todo o Céu em profundo suspense, para ver quem teria o direito de revelar os segredos mais profundos de Deus, com respeito ao fim de todas as coisas, mas ninguém é achado digno. Então, quando Cristo se apresenta como “Aquele que VENCEU para abrir o livro”, acontece a coisa mais inusitada possível. Quando Ele abre o PRIMEIRO selo, quem vem lá? O “belo”, “a belezura” que não tem nada a ver com o que está sendo revelado naquele momento, o anticristo! Quanta incoerência!

Ora, tanta incoerência não faz nenhum sentido. Se Jesus Cristo é o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, como poderia esse impostor chamado anticristo, receber uma coroa, montar um cavalo branco e sair vitorioso, como se tivesse obtido a vitória em alguma coisa ANTES; e não sendo isso o bastante, saísse na frente para vencer!? 


Se a visão fala de “coisas”, “fatos”, e “eventos”, que estes cavalos com seus respectivos cavaleiros vão protagonizar na terra, é óbvio que o cavalo que sai na frente é A PALAVRA DE DEUS! É a CONQUISTA protagonizada pelo Evangelho de Jesus Cristo, que continuará sendo pregado até o fim. É a personificação de um REINADO VITORIOSO, conquistado por Jesus Cristo sobre as forças do mundo e do inferno. A Palavra de Deus como uma flecha já foi lançada.

Compare com as seguintes informações. Antes de vir o Dilúvio, Noé pregou por cerca de 120 anos. Antes de Israel ser levado em cativeiro, os profetas de Deus foram enviados sistematicamente até não haver mais o que fazer. No sermão profético, em meio à fome, peste, guerras e terremotos, o Evangelho estará sendo pregado em todo o mundo em testemunho a todas as gentes até que chegue o fim. Portanto, antes dos juízos de Deus, vem a sua Palavra Profética para livrar os homens dos castigos que serão derramados sobre eles.

Portanto, apesar da amedrontadora visão proporcionada pela missão dos cavaleiros do apocalipse, resta-nos o conforto de que Deus nunca nos deixa só. Mesmo no meio de um mundo corrupto e perigoso, Deus está presente através da sua Palavra, poderoso para salvar e libertar das garras do inimigo, que será vencido para sempre!

Ev. Ronaldo Silva. Escritor e autor do livro: A Eficácia de Satanás.
22 de julho de 2017.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

O MUNDANISMO e o aviltamento da religião...





“Eis que venho como vem o assaltante. 

Bem-aventurado todo aquele que se mantém alerta e conserva suas vestes preparadas, pois assim não terá de correr nu e ter sua vergonha exposta ao público”. 
Apocalipse 16.16


Bíblia King James Atualizada